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como não sucumbir às sombras

que fazem escurecer  o dia

ao ruído, mínimo, que é cruzar a porta

 

[essas coisas que rompemos com as mãos]

 

uma noite apenas

para tanta fome

 

e um céu

como se falássemos

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falaremos da luz que invade a casa

 

e dos abismos que se instalam

todas as manhãs

nos andaimes que cercam a rua

 

sobretudo das raízes que lançamos

para encobrir a noite

 

e dos mortos

que nunca dormem